Técnica e temporalidade: a filosofia no espelho da técnica.
Marcelo Guimarães Lima Apresentamos aqui um comentário inicial à obra de Bernard Stiegler: La technique et le temps 1. La faute d'Épiméthé (Paris: Éditions Galilée, 1994) tendo em vista uma primeira elucidação dos temas, significados, argumentos e estrutura conceitual do estudo do filósofo francês. Na introdução geral ao volume, o autor afirma: "O objeto desta obra é a técnica apreendida como horizonte de toda possibilidade futura ( à venir ) e de toda possibilidade de futuro ( d'avenir ) ""Na sua origem, como hoje, a filosofia reprimiu a técnica como objeto de pensamento. A técnica é o impensado." A questão da técnica se impõe hoje com urgência, segundo o autor, como "o fator dinâmico mais poderoso das mudanças extraordinárias que assistimos", mudanças que nos afligem na sua complexidade e obscuridade e no paradoxo de um futuro que se anuncia como possibilidade da ausência de futuro. Daí decorrem, como reações à crise pre